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Mais de 300 pessoas são detidas na França em protestos contra reforma da Previdência

ByNewsDourados

mar 17, 2023

Proposta não agrada dois terços da população. Manifestações ocorreram em Paris, Lyon, Rennes e Nantes.

Protestante chuta lata de gás lacrimogêneo durante protestos na França em 15 de março de 2023 — Foto: Jeremias Gonzalez/AP

As forças de segurança prenderam 310 pessoas nesta quinta-feira (16) na França durante os protestos que explodiram depois que o governo decidiu adotar a impopular reforma da Previdência sem o voto dos deputados, anunciaram as autoridades.

Latas de lixo, deixadas sem coleta devido a greves de coletores de lixo, foram incendiadas em Paris à noite durante manifestações pacíficas envolvendo vários milhares de pessoas.

Franceses protestam contra mudanças na aposentadoria

Um manifestante joga um projétil em meio a confrontos durante um protesto contra a reforma da previdência na França, em 16 de março de 2023 — Foto: REUTERS/Stephane Mahe

Governo do Macron decidiu aumentar idade para aposentaria sem aprovação do parlamento francês

Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes reunidos na ‘Place de la Concorde’, próxima da Assembleia Nacional (câmara baixa), após a decisão do governo.

Ao anoitecer, os policiais atacaram os manifestantes para “limpar” o local. Alguns grupos então se deslocaram pelas ruas próximas no bairro chique de Champs-Elysees e atearam fogo nas ruas.

Protestante segura sinalizador na mão durante manifestação em Paris em 16 de março de 2023 — Foto: Lewis Joly/AP

Protestante segura sinalizador na mão durante manifestação em Paris em 16 de março de 2023 — Foto: Lewis Joly/AP

O governo afirmou que até 10.000 pessoas foram para as manifestações no local e 258 foram detidas. Outras 24 cidades da França também registraram manifestações, que reuniram o total 52.000 pessoas, segundo um balanço da polícia.

As cidades de Rennes (oeste), Nantes (oeste) e Lyon (este) também registraram incidentes. Cinquenta e quatro policiais ficaram feridos.

Manifestantes protestam na França após governo aprovar mudança na previdência sem voto

Dois terços dos franceses, segundo pesquisas, são contrários ao plano imposto pelo presidente. Mais de oito em cada dez pessoas estão insatisfeitas com a decisão do governo de pular uma votação no parlamento, e 65% querem que greves e protestos continuem, mostrou uma pesquisa da Toluna Harris Interactive para a rádio RTL.

A decisão do governo de usar o polêmico artigo 49.3 da Constituição para adotar o aumento da idade de aposentadoria de 62 a 64 anos sem submeter a medida ao voto dos deputados, pelo medo de perder a votação, alimentou os protestos nesta quinta-feira.

Grupo de manifestantes se organizam ao lado de uma parede com os dizeres "49.3 não, 49.3 não" em 16 de março de 2023 — Foto: Thomas Padilla/AP

Grupo de manifestantes se organizam ao lado de uma parede com os dizeres “49.3 não, 49.3 não” em 16 de março de 2023 — Foto: Thomas Padilla/AP

Na manhã desta sexta-feira, quase 200 manifestantes bloquearam o anel viário de Paris por meia hora, observou um jornalista da AFP.

O governo está sob pressão e aguarda o resultado do voto de desconfiança anunciado contra o Executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne. A votação deve acontecer no início da próxima semana e se a moção de censura for adotada, isto também derrubaria a reforma.

Deputados de esquerda seguram cartazes e cantam a Marselhesa, hino nacional francês, enquanto a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, chega para fazer um discurso sobre o projeto de reforma das pensões na Assembleia Nacional em Paris, França, em 16 de março de 2023 — Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

Deputados de esquerda seguram cartazes e cantam a Marselhesa, hino nacional francês, enquanto a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, chega para fazer um discurso sobre o projeto de reforma das pensões na Assembleia Nacional em Paris, França, em 16 de março de 2023 — Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

A imprensa francesa é unânime em criticar o presidente Emmanuel Macron por ter usado o polêmico mecanismo para adotar seu projeto. Os jornais consideram que o recurso demonstra o “fracasso” e a “fraqueza” do governante.

O uso do 49.3 “não é um fracasso”, disse o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt. “Nossa vocação é continuar governando”, afirmou o porta-voz do governo, Olivier Véran.

Um novo dia de ação industrial nacional está agendado para quinta-feira (23 de março).

Fonte: G1

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