Vizinhas denunciam morador por espiá-las debaixo da porta em prédio da Capital
Moradores de um condomínio situado no bairro Vila Margarida, em Campo Grande, denunciaram à imprensa nesta sexta-feira (20) um caso de perturbação e invasão de propriedade que foi praticado por um morador de 40 anos. O nome dele, das vítimas e do condomínio foram preservados pela reportagem por respeito aos envolvidos.
Conforme a denúncia, que está percorrrendo a Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), em 2022 uma moradora flagrou o suspeito dentro do seu apartamento. Na ocasião, segundo ela, tinha ido até o playground com o filho e deixado a porta aberta, acreditando que não haveria perigo algum. Ao retornar, se deparou com o suspeito dentro do seu quarto e mexendo nas suas roupas.
Imagens de câmeras de segurança do prédio flagraram o momento em que o homem invadiu o apartamento dela mais de uma vez no mesmo dia, inclusive, chegou a se masturbar em uma escadaria. Outras imagens também mostram o morador deitando no chão para conseguir espiar as vizinhas por debaixo do vão da porta de entrada de cada apartamento.
Os moradores do condomínio também acusam o homem de furto. Em um dos depoimentos que consta no processo, a moradora cita que reservou a churrasqueia do prédio e que, após deixar o saco de carvão no local e sair para pegar mais coisas no apartamento, alguém levou o saco. Pels câmeras, foi constatado que ele havia furtado o carvão.
Diante dos casos, moradores fizeram o registro da ocorrência e o morador esteve na delegacia para prestar esclarecimentos. Na oportunidade, ele alegou que sofria de um transtorno mental chamado de parafilia. Na sua defesa, disse que morava há dois meses naquele condomínio, sendo que já passou pela mesma situação no antigo local em que morava, antes de se mudar.
De acordo com a psicologia, parafilia é como são chamados cada um dos distúrbios psíquicos que se caracteriza pela preferência ou obsessão por práticas sexuais socialmente não aceitas como a pedofilia, o sadomasoquismo, o exibicionismo e etc. O tratamento é realizado através de medicação e psicoterapia. A medicação é importante para se ter um resultado mais rápido.
O homem também citou que sofria com o problema pelo menos desde 2018, mas que jamais seguiu a orientação médica que lhe foi repassada porque não concordou com o psiquiatra. Durante o depoimento, quando confrontado com as imagens das câmaras de segurança do prédio, afirmou ao delegado que “não tinha mais o que fazer a não ser buscar ajuda profissional”.
No entanto, ele não deixou o condomínio e continuou morando no local. As vizinhas defendem e pedem a sua expulsão do prédio e por isso decidiram tornar o caso público através da imprensa. Segundo a denunciante, tinham falado que ele não ia mais morar lá, mas na quinta-feira (19) foi visto e agindo como se nada tivesse acontecido.
“Estou apavorada, imaginando que ele vai entrar aqui outra vez. Estou tendo crises de pânico. Isso tudo afetou minha vida. Tenho medo por mim e pelo meu filho”, ressaltou a mulher. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que acompanha o caso, pediu a realização de exame de insanidade mental do morador, no entanto, o procedimento ainda não foi realizado.
FONTE: ENFOQUE MS