Moradores de MS estão entre os invasores do Palácio do Planalto
Homem do grupo “Patriotas de MS” está no grupo que invadiu o Palácio do Planalto em Brasília; também houve caravana que saiu de Mato Grosso do Sul
Manifestantes que saíram de Mato Grosso do Sul estão participando da invasão aos três centros do poder constitucional brasileiro.
Um rapaz com uma camiseta com a inscrição “Patriota do MS”, foi visto em um dos vídeos dentro do Palácio do Planalto, já no segundo andar, tentando abrir uma das portas, possivelmente a do gabinete presidencial.
Esta camiseta é similar a camisetas que estavam sendo comercializadas em frente ao acampamento bolsonarista em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande.
Na Avenida Duque de Caxias, havia uma tenda com o mesmo nome: “Patriota do MS”, que foi desmontada na semana passada.
O Correio do Estado também recebeu informações que em redes sociais, na semana que passou, pessoas estavam convocando caravas para ir à Brasília (DF), para claramente “Invasão do Congresso Nacional” e “Greve Geral no Brasil”.
Este homem, esteve entre as pessoas que acamparam em frente ao CMO, e nesta semana convocava para as manifestações bolsonaristas em Brasília.
A manifestação
Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo (8), invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal), espalharam atos de vandalismo e entraram em confronto com a PM.
A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.
Neste domingo, a Polícia Militar lançou bombas de efeito moral contra um grupo de centenas de manifestantes.
Eles vieram do acampamento diante do Quartel-General do Exército, chegaram à Esplanada e se concentraram inicialmente em frente ao Ministério da Justiça.
Depois, uma parte invadiu a parte superior e a área interna do Congresso e, em seguida, os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto, e se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde entraram em uma parte do complexo e perduraram bandeira do Brasil em uma janela.
Depois, eles se dirigiram ao STF, onde alcançaram uma área restrita de segurança.
O presidente Lula não está em Brasília neste final de semana -viajou para São Paulo e visitava Araraquara, no interior paulista, para acompanhar vítimas das chuvas.
Em Brasília, em reação às bombas, manifestantes soltaram fogos de artifício.
No confronto, atiraram grades de ferro e outros objetos contra os policiais, que tiveram carros quebrados.
O governo Lula prometia desmobilizar os acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Na última quarta-feira (4), o ministro da Justiça, Flávio Dino, havia afirmado que “até sexta-feira”, 6 de janeiro, as mobilizações antidemocráticas seriam resolvidas.
“A condução que eu tenho com o [José] Múcio [ministro da Defesa] é de que estará resolvido até sexta”, disse.
No entanto, o que se viu foi o oposto. Além de não ter conseguido expulsar os manifestantes, o governo teve que acionar a Força Nacional para reforçar a segurança da Esplanada dos Ministérios.
A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público de Bolsonaro e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.
Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico.
Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.
FONTE: CORREIO DO ESTADO