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Mulher de 44 anos morre após passar mal enquanto esperava atendimento em fila da assistência social no DF

ByNewsDourados

ago 17, 2022

Mulher de 44 anos morre após passar mal enquanto esperava atendimento em fila da assistência social no DF

Janaína Nunes Araújo chegou a ser levada ao hospital por populares, mas não resistiu. Segundo testemunhas, ela tentava senha para serviços do ‘Cras’ há oito dias; governo do DF diz que ‘está prestando toda assistência necessária’.

Uma mulher de 44 anos morreu enquanto aguardava atendimento na fila do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Paranoá, no Distrito Federal, na madrugada desta quarta-feira (17). O Cras é responsável por serviços como cadastramento ou atualização dos dados no CadÚnico, para que pessoas de baixa renda possam ser incluídas em programas como Tarifa Social de Energia Elétrica e Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de dar direito ao Auxílio Emergencial e ao Auxílio Brasil, entre outros benefícios.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), a vítima foi identificada como Janaína Nunes Araújo. Testemunhas contaram que ela tentava atendimento há oito dias.

Conforme a Sedes, pessoas que estavam no local chegaram a levar a mulher até o Hospital Regional do Paranoá, mas ela não resistiu. “Diante do lastimável ocorrido, esta secretaria manifesta solidariedade aos familiares e amigos, e informa que está prestando toda a assistência necessária”, diz a pasta.

Pelo menos, desde junho, dezenas de pessoas têm passado madrugadas nas filas dos Cras, em várias regiões de Brasília, para conseguir acesso a benefícios sociais (veja detalhes abaixo). Testemunhas que também estavam na fila, nesta quarta-feira, no Paranoá, contaram que Janaína começou a passar mal por volta das 4h, com sinais de infarto.

As pessoas que estavam perto dela disseram que tentaram chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não receberam socorro (assista vídeo abaixo). Janaína foi levada ao hospital por populares.

Ainda de acordo com as pessoas que estavam no Cras, a mulher procurava atendimento para receber benefícios sociais porque não podia trabalhar por ter “problemas psicológicos”.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a vítima se sentiu mal por volta das 20h de terça-feira (16), mas não procurou atendimento médico. De acordo com a pasta, “às 4h18, houve um registro de chamado realizado ao Samu, no entanto, aos 41 segundos, a ligação foi interrompida pelo solicitante”.

“Registra-se que o médico regulador sequer teve oportunidade de ser informado do quadro da paciente”, diz a secretaria.

A pasta disse ainda que, às 4h26, Janaína deu entrada no Hospital Regional do Paranoá com “rosto roxo, corpo rígido e pupilas médio fixas”. A vítima passou por ressuscitação cardiopulmonar, mas não resistiu e teve óbito declarado às 5h.

“Foi solicitada necropsia do corpo para identificar a causa da morte”, informou a secretaria de Saúde do DF.

Filas nos Cras

População tenta atendimento no Cras do Itapoã, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Quem espera atendimento nos Cras busca por serviços como cadastramento ou atualização dos dados no CadÚnico, para receber benefícios sociais.

No entanto, o número de senhas disponibilizado diariamente pela Sedes não é suficiente para atender a todas as solicitações e, por isso, os usuários muitas vezes precisam dormir na fila, para garantir o atendimento.

A situação tem levado a reclamações, além de conflitos entre as pessoas que aguardam atendimento. Na semana passada, a Polícia Civil do DF também abriu uma investigação para apurar uma denúncia de venda de vagas na fila dos centros.

A suspeita é que criminosos tenham se aproveitado da dificuldade no atendimento para cobrar até R$ 100 e garantir um lugar na fila.

Fonte: G1

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