Número de crianças e adolescentes vivendo nas ruas de SP dobrou em 15 anos, segundo censo da prefeitura
Pesquisa concluiu que 3.759 crianças e adolescentes estão em situação de vulnerabilidade social e usam as ruas para dormir, praticar atividades irregulares ou estão acolhidas em serviços da rede assistencial. Prefeitura de SP afirma que tem planos para reduzir este número.
O número de crianças e adolescentes vivendo em situação de rua na capital paulista em 15 anos. São 3.759, de acordo com um levantamento da prefeitura de São Paulo divulgado neste sábado (30).
A maioria é de meninos, que representam quase 60% do grupo. A faixa de idade mais comum vivendo nas ruas é a de 12 a 17 anos, que somam 42% do total. Pardos e pretos representam mais de 70% dos casos.
O Censo de Crianças e Adolescentes em situação de rua foi realizado em maio deste ano após 15 anos sem nenhum levantamento sobre este grupo na cidade. A última pesquisa foi realizada em 2007.
A pesquisa mostrou que, das mais de 3.700 crianças e adolescentes nesta condição, 72% utiliza as ruas como forma de sobrevivência, ainda que por um breve período do dia. Além disso, 10% pernoitam nas ruas e outros 16% dormem em centros de acolhida municipais.
A região com maior concentração de crianças e adolescentes em situação de rua é a República, que tem 8% do total, o que equivale a pouco mais de 300 jovens, seguida dos distritos da Sé, Santa Cecília, Tatuapé e Pinheiros. Juntos, estes cinco distritos concentram 23% do total de casos.
Prefeitura quer reduzir número
O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Carlos Bezerra Júnior, disse que a prefeitura criou um serviço especializado para mudar a abordagem com relação às crianças e adolescentes que estão nas ruas.
“É uma abordagem lúdica, que fortalece os vínculos, que atrai as crianças”, explicou Bezerra.
Além disso, a secretaria prometeu ainda uma ampliação de 1.200 vagas nos serviços de acolhimento familiar, e a criação de núcleos especializados nas diferentes regiões da cidade.
“A gente não tem a menor dúvida. Rua pra criança é caminho de morte”, disse Bezerra.
Em nota, o Ministério da Cidadania declarou que ampliou o alcance das políticas socioassistenciais e que, só no capital paulista, há mais de 650 mil famílias beneficiadas por programas sociais.
Fonte: G1