Sesau informou, em nota, que ação da PM foi truculenta e a PM disse que houve omissão de socorro à vítima
Um enfermeiro foi algemado e preso, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, por perguntar o nome de uma paciente levada pela Polícia Militar, vítima de violência doméstica. Imagens mostram o momento da confusão entre os servidores da segurança e saúde de Campo Grande. PM informou que teria tido omissão de socorro à vítima.
O caso aconteceu no último domingo (24), entretanto, ganhou repercussão nesta terça-feira (26), entre pacientes e moradores da região que estavam na unidade. Segundo um Leitor Midiamax, que preferiu não se identificar, por volta das 9h, o enfermeiro perguntou o nome da mulher, o que teria causado irritação do PM, que o algemou e colocou na viatura.
Outros colegas de trabalho tentam amenizar a situação e questionam o policial: “Precisa algemar? Ele fez a triagem, esse é o nosso protocolo. A paciente ficou desassistida? Isso é um exagero”. O enfermeiro chegou a ser levado para delegacia, mas foi liberado.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) explicou que o profissional realizava suas atividades de rotina no atendimento, triagem e identificação à paciente, uma vez que por se tratar de violência doméstica é necessário realizar a notificação compulsória do caso presente na unidade.
“Todo o atendimento necessário ao paciente foi prestado mesmo após o ocorrido entre o servidor da Sesau e o policial militar em questão, e que a paciente evadiu-se da unidade após o acontecido”.
A secretaria também lamentou o ocorrido e reforçou que está acompanhando o caso de perto, além de estar prestando o apoio necessário ao funcionário, que após a situação não tinha condições psicológicas para retornar ao plantão.
“A Sesau reforça também que tamanha truculência durante a realização das atividades básicas do enfermeiro, impedindo o atendimento e garantia à vida do paciente afetou, não somente o atendimento da paciente encaminhada à unidade por aquela equipe, como também o do restante da população que aguardava pelo serviço de saúde na unidade naquele momento”, pontuou.
Já a assessoria de comunicação da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul disse que não procede a informação sobre o motivo da condução do funcionário do Posto de Saúde ter sido pelo crime de desacato.
“O mesmo fora conduzido a delegacia em virtude de ter omitido socorro à vítima que havia sido conduzida pela guarnição da PM à unidade de saúde em decorrência de um grave ferimento. De acordo com o relatório policial, o funcionário teria deixado a vítima em pé, sangrando enquanto se apoiava no policial militar, tendo abandonado o setor de emergência. Em razão de tal atitude, que o policial militar entendeu ser uma omissão de socorro, o funcionário foi conduzido até a Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos acerca de seu comportamento, tendo sido conduzido dentro da viatura junto com os policiais militares”.
Fonte: Midiamax