Melissa Rodrigues, de 21 anos, moradora da aldeia Bororó, representou o município
Um sonho de infância”, é assim que a jovem miss Melissa Rodrigues, de 21 anos, define a motivação para ser modelo e representar Dourados em competições. Este ano, mais um passo foi dado e Melissa conquistou o 2º lugar no Miss Trans MS. O evento foi realizado no dia 22 de julho, na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), e contou com a participação de outras 19 modelos.
“Fico muito feliz por representar Dourados e já de cara ter alcançado o 2º lugar. Esse é um sonho antigo que precisou ser adiado pela pandemia, o último concurso foi em 2019 e faltava um mês para completar 18, mas agora estou focada em buscar novos patrocinadores e participar de outros concursos”, conta.
O concurso coroou a representante de Porto Murtinho em primeiro e em terceiro ficou a participante de Anastácio. A coordenadora de Políticas Públicas LGBTQIA+, Cláudia Rosa de Assumpção Pompéu, acompanhou a douradense. “Nossa comunidade precisa de representatividade e a Melissa traz isso, mulher trans, indígena, que cuida da sua saúde e levanta essa bandeira. Ela ter alcançado o 2º lugar é só o início, tenho certeza que ela vai muito mais longe”, ressalta.
O concurso de beleza, traz ao foco Travestis e Transexuais, cujas mesmas se identifiquem como sendo do gênero feminino. O concurso busca enaltecer e fortalecer a comunidade, símbolo de resistência.
Trajetória
Melissa é indígena, nascida e crescida na aldeia Bororó. Seu primeiro contato com os desfiles foi na escola. “Foi lá que comecei a me encantar pelo meio, foram minhas primeiras experiências e desde então tenho caminhado para chegar até aqui. Aos 17 anos tive algumas oportunidades que não pude aproveitar por ser menor, mas agora, após a pandemia, consigo focar e quero ir ainda mais longe”, disse.
O apoio familiar também é essencial. “Desde o início, minha família esteve presente me apoiando e me dando suporte. Me considero uma mulher de muita sorte por poder contar com esse apoio, em meio a realidade de tantas outras pessoas. Durante o concurso, olhar para a plateia e ver meus pais, isso não tem preço”, completa.
Fonte: Assecom