A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, neste sábado (23/7), a varíola dos macacos como emergência de saúde pública mundial, mesma categoria na qual a Covid-19 está classificada desde o fim de janeiro de 2020
A classificação corresponde ao nível de alerta máximo da entidade e, na prática, significa que os países devem agir de forma cooperada para evitar a disseminação da doença, o que inclui ações de vigilância epidemiológica, investimento em pesquisas e treinamento de pessoal e colaboração para diagnósticos, tratamentos e aplicação de vacinas
“Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, por meio de novos modos de transmissão sobre os quais entendemos muito pouco”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacando que, se os esforços dos países forem alinhados será possível deter a transmissão do vírus.
Subir o nível de alerta também resulta em reforçar a atenção das equipes de saúde e da população para a infecção, o que aumenta a compreensão sobre sintomas e transmissão e evita a subnotificação de casos.
Mundo
O atual surto de varíola dos macacos surgiu em maio e, até aqui, já foram registrados 16 mil casos em 75 países. A doença não é uma pandemia como a Covid, mas chama atenção a maneira rápida pela qual vem se espelhando para os países, especialmente entre o grupo de homens que fazem sexo com homens. A OMS estima que 98% dos casos estejam neste grupo.
É essencial que todos os países trabalhem em estreita colaboração com as comunidades de homens que fazem sexo com homens, para projetar e fornecer informações e serviços eficazes e adotar medidas que protejam a saúde, os direitos humanos e a dignidade das comunidades afetadas”, afirmou Tedros, na reunião deste sábado (23/7).
Brasil
A última atualização do Ministério da Saúde aponta que o Brasil tem 696 casos confirmados de varíola dos macacos.
Os casos estão espalhados por 13 estados e no Distrito Federal. São Paulo é a região com maior número de registros: 438 casos.
Outros 13 estados já registraram casos da doença. São 102 confirmados no Rio de Janeiro, 33 em Minas Gerais, 13 no Distrito Federal, 11 no Paraná, 14 em Goiás, três na Bahia, dois no Ceará, três no Rio Grande do Sul, dois no Rio Grande do Norte, dois no Espírito Santo, três em Pernambuco, um em Mato Grosso do Sul e um em Santa Catarina.
Transmissão e sintomas
A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas.
O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias. Os sintomas costumam aparecer 10 ou 14 dias após o momento da infecção. Os primeiros sinais são febre, mal-estar e dor. Cerca de três dias depois, os pacientes passam a apresentar bolhas pelo corpo – parecidas com as da catapora. A doença termina em um período entre três e quatro semanas.
Fonte: Metrópoles